segunda-feira, abril 07, 2025

bebi o frio



bebi o frio

hoje o dia não teve o sabor da primavera
o sol foi de inverno.
para me aquecer por dentro
deambulei pelas avenidas,
em busca de uma voz,
a tua.
continha frio na alma.

tinha sede de ti.
queria saciar aquela secura,
com a tua voz.
a secura me cortava a faringe,
bebe-la até ficar farta.

rasguei a visão
e sem folgo
emaranhei-me nas linhas do dia.
os gestos moldavam a solidão,
toquei a tua ausência
e o folgo foi desejo da tua ternura.

perdi a idade, os meus 18 anos
arrefeceram, resvalaram no teu corpo
só existe o murmúrio de um amar
em palavras guardadas por mim

já tudo me falta
até o ombro infindável das ilusões

e a saudade existe por termos estado juntos.

helena maltez


3 comentários:

Emília disse...

Olá, sou nova seguidora aqui! Adorei o blog, gosto de quando leio e consigo sentir as sensações descritas, e seus textos são assim, cheios de emoções.
www.finaliteratura.blogspot.com

Graça Pires disse...

Obrigada pelo carinho das palavras que deixou no meu "Ortografia". Tenho pena que a sua saúde não esteja bem. Desejo que recupere rápida e eficazmente. Deixei de a ver por aqui e eu até gostava muito do que escrevia. Quanto ao livro pode adquiri-lo na Poética Edições que é a minha editora. O livro saíu no dia 6 de abril. Oxalá consiga obter um exemplar.
Tudo de bom, minha Amiga.
Um beijo.

lena disse...

vou tentar, mas não tenho com o seu autografo, teria que ser presencial, vou entrar em contacto com a editora, abracinho meu poetisa que admiro e leio com prazer

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...